Vontade de ser eu

Morre,

em mim, o sonhador contumaz,

o delírio, a febre

e tudo o que me levou a voar!

Morre,

além do dia morno, suarento,

o brilho deste sol

inclemente, fogo diário!

Morre,

lentamente, toda forma de amor

e o mais estranho de todos,

naufragado nesta onda de mar.

Só não morre esta teimosa agonia,

esta insistência desumana,

esta vontade de ser, sempre,

eu!