A flor e o Arco-íris...

Fantástico Arco-íris, repleto de Esperanças,

Acordou-me com o sol nesta manhã!

Ouvi a voz amada em todas as nuances

E pelo espaço estranho sonhei com o amanhã...

Mas, dura realidade! A solidão é grande!

E o Arco-íris foi embora... E eu fiquei só...

O dia foi-se manso, as luzes se apagando

E a voz que eu amei calou: deixou-me o dó...

As águas dos regatos murmurantes

Abandonaram seu cantar aos meus ouvidos

E até os pássaros voltaram a seus ninhos,

E eu aqui parei: pensar sentidos...

- Age! Levanta! Onde está tua coragem?!

Luta ou desiste, mulher triste, deste amor!

- A Lua se move no céu... Mansa flutua!...

As nuvens transformam-se em figuras!

Sonha! Transforma tua dor!...

- Se o ninho é derrubado o pássaro o refaz!

Chega de lamentos! Dá adeus aos sofrimentos!

Sacode esta tristeza que te fará em pó...

(...)

- Ah! Tantos conselhos, todos verdadeiros...

Mas posso eu viver sem coração?...

O Amor apoderou-se de todos os cantinhos

Deste corpo que envelhece em busca da emoção...

“Que importa se não pôde o meu coração guardá-lo?...”*

Apenas tenho feito neste tempo amá-lo,

E esperá-lo, em vão...

O Arco-íris deitou-se sobre as sombras

E as cores lindas nunca mais voltaram...

Porque eu sonhei demais... Desilusão!...

(...)

Passa o tempo veloz em sua corrida!

(...)

...Seguem o cortejo as carpideiras! A procissão é longa...

Caminham devagar com tristes vestes negras

Olhos lacrimosos... Vem a cerimônia...

Encomendam-me a alma! Levam-me ao crematório...

Mas antes deixei ordem a fazer cumprir:

Doem meus órgãos, não preciso deles!

- Quero em outros corpos possa ser feliz!

Mas meu coração, congelado seja,

E levado a “ele”, pois sempre o quis,

Numa redoma de cristal fechado;

Entreguem-lhe da esperança, o amor raiz...

Toquem música de festa e alegria:

- Sou livre!... Do fardo da carne me desfiz!...

Não quero Réquiem, quero muitas “Graças!”

Enquanto desce ao fogo o corpo em que me fiz...

- As cinzas? Ponham todas num pé de roseira,

Terra volta à terra, esta é sua matriz...

(...)

E quando ele receber o coração gelado

Certamente em suas mãos, meu coração há de ficar feliz...

Tire-o da redoma, plante-o no jardim

E terá na Primavera a mais linda flor,

Rubra como o sangue da paixão que ele não quis!...

Não precisará regá-la... É só olhá-la, às vezes...

E a “sua flor” ficará sempre consigo

E não morrerá, até que ele queira...

E todas as tardinhas depois da chuva, o sol,

Trará cantante a cor do Arco-íris

E não haverá nenhuma flor igual

- Pois esta assumirá todos os seus matizes

E será feita de Luz cantando no arrebol...

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Nota da Autora: * verso retirado dos Poemas de Amor, Poema 20, de Pablo Neruda.

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Agradeço ao querido amigo e poeta FELIPE FALCÃO o belo comentário que postou no Recanto e que transcrevo aqui, e que, sua amizade generosa, certamente o inspirou!

Entre os versos que guardei

nada de bom eu deixei

não sei se foi por orgulho meu

meu amor por ti não confessei

ah! este sentimento que me consome

que me faz em você pensar

que me faz de dias lindos recordar...

se fecho os olhos...,

você surge em meus pensamentos

se um pássaro canta

eu imagino ser a sua voz

nas noites de verão...

é você que vela o meu sono,

o que posso fazer se só sei pensar em você?...

Parabéns pela bela inspiração. Grande beijo em sua alma poética.

Enviado por Felipe F Falcão em 25/10/2009 21:09

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ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 25/10/2009
Reeditado em 26/10/2009
Código do texto: T1886821
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