dias e noites de açoite

Teu calor, teus cheiros, tua maciez

Teu sinais, a seda da tua tez

Enleio os dedos nos teus cabelos

Mergulho insone no breu da noite

Aceso a afugentar pesadelos

A cada madrugada outro açoite

À aurora escancarada um não

Sem luz, sem matiz, sem sentido

O dia lá fora abocanha a razão

Outra noite de coração partido

As estrelas, mesmo o luar

Ao mar se foram afogar.