CÚMPLICE

Não quero um alguém que me complete,

posto, que não sou meio

E nem que me venha com coisas suas,

como se minhas, fossem também

Eu quero alguém que me provoque,

me tire o sono,

e me atice o verso

Um alguém que entenda

que é no auge do desassossego,

que reside a verdadeira paz

E que não tenha medo

de adentrar comigo no seio das madrugadas,

e se preciso for, morrer ao meu lado,

ainda que aos pés do alvorecer

E acima de tudo,

e das coisas já mortas,

eu quero um alguém, para me fazer solidão,

para só então,

me fazer companhia

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 12/01/2010
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T2026010