O Cravo Nú

O Cravo Nú

Por que tua flor rebelde

Insiste em desabrochar na minha frente?

Acariciarei-te. Oh, flor

Para te deleitares com meus mimos

Lamberei tuas pétalas

Apertarei os teus espinhos

Eu ousado zangão

Beberei teu doce-amargo néctar

E te caberei inteira dentro de mim

Até morreres sufocada

Com o calor do meu desejo

Para que assim os campos

Nos libertem e nos mostrem

A verdadeira face da vida

Pois tudo aquilo que a princípio

Não se identifica, com o tempo

Vai se deixando revelar aos poucos

Mesmo que involuntariamente.