Novos Amores

A vermelha paixão da cereja

é o gosto da mulher que se deseja.

O rubro querer da framboeza

é a quase certeza

de que nela está

a nova vida que haverá.

A caneta escreve o sentimento

e o peito afugenta o tormento.

A nova matina avança

e repõe a esperança

de que a nova Amada

surja do Nada.

Carinhos percorridos,

gozos sentidos,

saudades e libidos,

pudores esquecidos

e corpos despidos

nesses amores havidos

em dias mal amanhecidos.

Novas paixões,

velhas sensações.

É a espera saciada

pela nova Musa chegada.

Um corpo se mostra,

uma poesia é exposta

e de novo se ama

nessa repetida cama.