PÁGINA VIRADA (EC)

Que fazes aí, resto de flor amarelada?

Vens-me, ao acaso, brotar recordação?

Tempo de amor qual um conto de fada...

Breve tremor bate dolorido coração...

Emoção me lembra: Foste um presente

De alguém que há muito se fez ausente.

Uma paixão dessas de nos por doente

A remexer com as aflições da gente...

Caíste ao acaso ou te protegi num abrigo?

Coincidência?... Não!... Escolhi este lugar...

Fato é: ficaste asilada sempre comigo...

Olhar umedece ao texto que estás a marcar...

Página de um lindo poema sem par...

Como sem par fiquei àquela partida...

Não foi falta de rega... De versos ao luar...

Efeito das voltas da roda-viva da vida.

Sem mais perfume, pétala desalmada,

Vêm-me primitivo desejo de te amassar

Despedaçar-te... Não!... Não és a culpada...

És o resquício de um tempo de sonhar...

Decerto te guardei como um lembrete

Da cicatriz indelevelmente marcada.

Tal fosse num dicionário um verbete:

Amor que ficou para trás! E página virada!

Este texto faz parte do Exercício Criativo - Encontrei num Livro Antigo...

Saiba mais, conheça os outros textos: http://encantodasletras.50webs.com/livroantigo.htm

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 29/01/2010
Código do texto: T2057700
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