EU CONFESSO...

Que a noite não vem ofuscar o brilho do sol.

Mas, para suavizar o descanso do guerreiro,

Trazendo com ela o manto de prata,

Da irmã lua para beijar o entardecer.

Eu confesso...

Que as praias não detem o avanço do gigante liquido,

Mas, para deixá-lo acariciar, suas areias quentes,

Vindo sucessivamente trazer-lhe o afago e as lembranças de terras longínquas.

Que o brilho verde das florestas, não vêem confundir o azul dos teus olhos.

Mas, para realçar duas ilhas deslocadas do infinito azul do céu.

Eu confesso...

Que o tempo que nos separa, não me traz só a saudade de você.

Mas, para eternizar a tua lembrança,

Trazendo-me a certeza da esperança do encontro futuro

Eu confesso ...

Que quando dois olhares se cruzam,

Não se cruzam ao acaso,

Mas, comprovam o destino da procura.

Eu confesso...

Que quando a vi, pela primeira vez,

Deixei-me levar pelo encanto de uma linda mulher.

Depois disso, o mundo virou de pernas pro ar.

Eu confesso...

Que depois disso...

Que eu estou...

Quase confessei.

Di Camargo, 10/10/1990

Di Camargo
Enviado por Di Camargo em 09/02/2010
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