SANDÁLIAS

SANDÁLIAS

O mar foi minha primeira viagem

O caminho dos sonhos ouvidos

De mergulhar, mergulhar

Banho divino da sereia azul

Rainha que abraça e laça

Castelos construídos e dissolvidos

Com o tempo... com o tempo

Suas ondas o colar cristalino

Elos eu criei, com meus olhos

A cor esmeralda das lantejoulas

Sol e água

Pérolas cobriram meu dorso

No peito medalhas e moedas

Sorte e riquezas navegantes

Ao longo do tempo... do tempo

Sapatos eu criei com meus passos

Dancei!Saltei! Vibrei!

Joguei todo tempo distante

Todo tempo... com o tempo

Para escolher meu destino

Em estrelas do mar do asfalto

Areia movediça eu vislumbrei

Esse mar da vida

Onde o rei é neon e cimento

Escultura fria, urbana tamanha

E seus andantes tristonhos

Horrendos!Enfadonhos!

Nua em pelo azul ainda fiquei

Coberta pela Rainha sereia

Protetora da mulher mareante

Todo o tempo...estrela todo o tempo

Ah Mulher marejada, sagrada Mãe

Que luta! Que sonha! Que ama!

Jogando nesse mundo, nesse chão

conchas e pão

Fitas de cetim e rosas mortas

Sobre os seios abrindo sua blusa

Oferendas de seu próprio amor coração

O amor próprio como pérolas

No caos, nos canais e cais dos portos

Ao sopro da melodia do vento

Todo o tempo...todo tempo

A lembrança solta do mar

A Rainha do mar que canta

Em suas sandálias de sal

Os sublimes grãos de areia

Do tempo menino... Azul todo tempo

Cíntia Thomé

Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 20/02/2010
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T2096499
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