Janela
 

Sua blusa nem botão tinha
Era de renda fina e nada escondia
Já mostrava nos seios lindos e soltos
O que seus mamilos arrepiados queriam
 
Da cor do chocolate eles diziam
Que queriam muito mais que um olhar
Dos lábios do amante eles pediam
Me beije, me toque, me faz delirar
 
Seu corpo, já vestido de nada e arrepios
Enfeitado pelo perfume que embriagava
Explorado lentamente por uma rosa vermelha
Como serpente se movia e encantava
 
Lá fora a chuva batia na janela
Parecia aplaudir o corpo em pelo
Daquela mulher, toda nua, toda bela
Preparando a mordida com seu veneno
 
Em seu ouvido, o poeta declamava
Poemas de amor, com toques de erotismo
Que com o passeio daquela flor
Aumentava o desejo e a vontade do amor
 
Para cada momento em frenético ritual
O amor que se fazia, não era sonho, era real
Não era só apenas fantasia, nem um encontro casual
Era pura magia e amor, que jamais fizeram igual
 
No calor daquele momento, delirante e sensual
Corpos suados, em entrega total
O prazer entre os dois se consumindo
O desejo do amor consumado e sentido
 
Delirante a noite, onde até as estrelas e a lua
Se esconderam daquela beleza intensa
Entrelaçada nos braços amantes, toda nua
Choravam em chuva, pelo prazer que sentia
Ver o apaixonado poeta e sua amante poesia
 
A noite passou, o dia raiou envolto nos lençóis
Após uma noite inteira de amor
Amantes em sono profundo
Esperando acordar
Do mais delicioso sonho do mundo


Créditos:
Texto: "Janela" - Jorge Luiz Vargas
Voz: Jorge Luiz Vargas
Trilha sonora: "Je t'aime moi non plus"
Edição de som: Jorge Luiz Vargas