drama
drama doido
em te pensar sozinhamente,
e pensar-te tanto
que em sonhar-te eu
existisse,
e que existisse tão-somente em que sonhasse,
e em demorar-me no meu sonho
esvaecia...
se eu te amasse
o coração agoniava, eu não comia,
eu me matava e não morria,
que era eterno o meu
castigo
em te não ter, e ter-te n’alma
inexorável,
mas não tenho amor no mundo,
eu te desejo como um fruto,
um paraíso material...
eu te desejo,
e em desejar-te eu gasto as horas,
eu me gasto e me consumo,
eu me anulo,
que o meu tempo,
o quanto tenho, nem passado eu não compreendo,
o meu tempo é tão-só teu...
tu o não sabes,
tu ignoras,
mas a minha poesia,
se tu ouvires ela um dia, surdamente,
entenderás,
o teu corpo eu deixo aqui.