Éramos iguais

Era tudo tão-perfeito:

Eu dizia um amor qualquer

Você somente sorria e ia

Sabendo que as coisas não eram

Como deviam ser.

Teu coração forte, imenso, incondicional

Era um grande templo sagrado do Amor

Amava-me independente de mim

E por mais que eu fosse a tua dor

Eras esquecimento, perdão...

Eu tentava e te pedia paciência

Pois tinha a certeza que ia te amar como nunca

Mas fui lento demais

E um amor assim tem pressa de ser eterno

Talvez nem compreendesses que o que sentias

Eu vivia a buscar entre poesias

Louco, somente a escrever sobre o que era você

Não entendia - e hoje não sei dizer se entendo -

Mas quando pensava em amar... Era você

Fui pra você o que foste pra mim;

Na mesma intensidade, porém em modos diferentes;

Simétricos, porém oblíquos

Inclinados a se encontrar num pensamento qualquer

Éramos iguais, somos iguais, seremos iguais

E nos teus vôos, por mais longe que pareçam

Eu hei de rir com teu amor sempre

- risos entre lágrimas –

Nos casaremos numa praia deserta

Teremos filhos com nome de sonhos desfeitos

A nossa casa terá paredes brancas de lembranças

Ouviremos músicas que nos farão dançar a imagem um do outro

Abraçaremos novas idéias de ‘amor perfeito’

Beijaremos esses ‘amores perfeitos’

E seremos, por um momento, felizes

Mas daí então... Que cruel!...teremos nossos beijos imperfeitos na boca;

Nos tocaremos em segredo

Ninguém nunca saberá,

Esconderemos dos outros e de nós mesmos;

Será assim a nossa vida,

É essa a sina de quem amou demais:

Ter uma vida para o mundo

E outra para o coração.