" O N T E M "

Evaldo da Veiga


Ontem, meu corpo vibrava à tua aproximação
Eu sorria na vinda da tua alma
Percebia-a, antes que dobrasse a esquina
Não tinha tristeza, vivíamos sem marcas
Nossa fome e sede, saciávamos, um no outro
O mundo, iniciava-se em nosso primeiro passo
E seguia com a gente, fosse onde fôssemos

Hoje trago uma tristeza presente
Nas imagens distorcidas que vejo sem querer
Os sonhos se foram e nossas mãos se distanciaram
Os sonhos de ontem não habitam o mesmo espaço
Vejo imagens, que são invisíveis pra você
E você vê, o que não quero imaginar, sequer...

Nossa lua, nossos caminhos, tudo muito distantes
Meu ânimo enfraquecido, minha alma vazia
Procuro algo que me modifique
Existe outra lua e outros caminhos, eu sei

Preciso de encontro, aquecimento nas noites frias
Algo tem que vir e que me aponte um lugar nesse tempo
Nas noites escuras desperto, não te vejo
Vem à insegurança, sinto medo, te busco
Você não existe mais, se foi com o vento

Meu quarto se faz sepulcro, não me vejo
Busco solução em energias, somente elas salvam
Não creio na ciência para os meus dissabores
Eis que, em casos da alma, só quem resolve é o amor
Carinho, ternura e paz

Aflito abraço imagens que não são tuas
Beijos e abraços paliativos, abraço o vento
É o que me resta fazer,  insano
Que venha a sorte

Quero tudo feliz, assim como foi antes
Não vou seguir tropeçando, sem graça e riso
Vou amar outra vez, assim como te amei
E você agora, simplesmente amiga
Encontre também um novo amor
Que é no amor que se recomeça, sempre
 Sempre

evaldodaveiga@yahoo.com.br