Sem nenhum escrúpulo
Na dor que resides, sem escrúpulos
Como se fosse eu
Um monte de mulheres,
Escolhes – por dia, por noite-
E apertas o nó, como rede,
Pescando meus sentidos
No meu ser.
Aceito. Permito.
Concedo ser muitas
Para ficar viva.
Escondo minha alma
No meio de todas,
Fantástica tática
Passando escondida.
Reclamas, desdenhas.
A escolha é pequena
Também infinita.
Não quero o geral, o visível,
Isso mataria.
Desdenho, reclamo-
Mantenho-me viva.
Aceito e permito
Ficar despercebida.
Mas sei que palpito:
Roubei teu perfume
Enquanto dormias, tua alma
Teu peito de homem, tua vida
E fiz as bruxarias naturais das mulheres:
Enfeiticei tua dor, meu amor,
como tu, a minha.
Escondida.