sem título

eu sei como é

os olhos claros das sílabas

convidam-te para um tango

e tu até sabes dançá-lo

mas a noite pesa-te demasiado

nos ombros e sofres muito

para não alinhar com a loucura

branca muito branca dos versos

o azul e verde das ruas

o assombro de uma fogueira

um jardim de nenúfares nas mãos

devo dizer-te: não penses

a poesia apenas

como se tardes vermelhas

te falassem de feridas ao ouvido

Luís Abreu

http://luisabreu.resolucaoinfinita.com

Luís Abreu
Enviado por Luís Abreu em 15/08/2006
Código do texto: T217052