sem título
eu sei como é
os olhos claros das sílabas
convidam-te para um tango
e tu até sabes dançá-lo
mas a noite pesa-te demasiado
nos ombros e sofres muito
para não alinhar com a loucura
branca muito branca dos versos
o azul e verde das ruas
o assombro de uma fogueira
um jardim de nenúfares nas mãos
devo dizer-te: não penses
a poesia apenas
como se tardes vermelhas
te falassem de feridas ao ouvido
Luís Abreu
http://luisabreu.resolucaoinfinita.com