FRAGILIDADES

Frágil é o amor? Não, se tiver alicerces

e sim se tiver fragilidades, pois começa,

num olhar despretencioso, passageiro,

sem notar aparências, sómente o perfil,

e por ironias do destino, encontros,

agora rotineiros, quase que amizades,

até que sentimentos afloram por magias.

São meigas as insinuações no olhar,

gestos, sussuros formam as diferenças,

pois presságios de amor estão aflorando,

pois notam as belezas das flores, o luar,

o lindo pôr do sól que quer repousar,

e no dia seguinte, a vida despertando,

com a natureza em festa querendo sorrir.

Traçam metas para constituir um lar,

tão pequeno só que recheado de flores,

tendo um cantinho para doces momentos,

com privacidades que só a lua espreita,

pois fulgurantes cenas de amor acontecem,

de dois corações que entram em ebulições,

e que ela confidencia então para as estrelas.

Não importa para o amor ter pomposidades,

cenários deslumbrantes para ele existir,

pois se uma pequena chama de ódio existir,

desmorona qual castelo construido na areia,

construido que foi sem alicerces seguros,

e de promessas que apareceram risonhas,

nada mais restam do que cinzas das chamas.

Para isso é preciso amar só com sentimentos,

nunca jamais colocar paixões ardentes em fúrias,

passageiras que são de momentos de prazeres,

que depois se vão para buscar novas aparências,

enganos que deixam então dolorosas amarguras,

pois o amor sincero, sem máculas, verdadeiro,

sómente existe em corações sem fragilidades.

03-04-2010