Conversando com o coração

Sinto-te a surrar-me nestes dias de amor

E que dias são de amor, em longa dor.

Devo arrancar-te de mim como um estranho?

É tua sina que me tráz em vida desdenho.

Vontade é de arrancar-me de ti, coração...

Teu bater é tortura sem compreenção.

E cada noite me é dia sem o sono que me tiras

E meu sonho é fantasia que vivo por mentiras.

E me açoita com castigo sem explicação...

Porque nada me diz, coração?

Carrasco sou eu que não te aceito

Fracasso sou teu por não seguir-te em meu peito.

Rasão, ilusão... Solidão é o que sinto...

E tua vontade é a de fazer-me liberto.

E surrar-me é teu gritar que a mim responde

E em teu silêncio entendo que sem ti vida se esconde.