Eu sou o toque das suas mãos

Tuas mãos alcançam o pensamento que voa

Além de mim o toque delas me faz voar

Por mais que sejam elas, pequenas

Macias tão levemente, me leve

Atingindo a mente, somente a gente pode ser um

Sem deixar de sermos eu e você e o que há

Em nós em ninguém mais há

O que de mais puro e sincero

Que te dei no escuro da dúvida que me matava

Deixando eu viver a te esperar

Vinha me ver e cobria os olhos

Com as lágrimas que me fez derramar

Secou o oceano de um soro sem gôsto, com a solidão nas mãos

Presente na minha sala, no sofá e as almofadas

Sua alma encostada lá a me observar

Pensando se era alí que deveria ficar

E jamais ter abandonado tal lugar

É no meu peito, no meu leito

Não há razão pra não deitar e se acalmar

E acreditar que a mentira não vai revelar

A verdade que de nós escondia o frio intenso da carícia negada

Do desprezo repentino, foi armação, foi armadura

Desarmados estamos agora a sós em dois nós

Atados pelo o que mais se deseja ter:

Minhas mãos em você, seu coração pra eu continuar a ser

Seu afago, seu trago de um cigarro que te faz alucinar

Você vê coisas que não existem onde tudo existe sem se pensar

Sou eu, meu amor, sou eu! E o tempo todo estive.

Erika Soares
Enviado por Erika Soares em 15/04/2010
Reeditado em 20/04/2015
Código do texto: T2199273
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