Maré dentro de mim...

Estava sentada no meio fio

Passou uma maré agridoce

Batizada de ...

Omare (?)

Oh! Maré (?)

O mar é ....

O vento gaguejou e não entendi ao certo

Véus despencaram sobre o que é o outro

Rótulos rasgados caídos no chão

Palavras confusas, pensamentos embaralhados

Linguagem diversa e confluente

Somos todos um, nas fronteiras do que imaginamos ser

Aprendi a sonhar doces flores

Desejei mar dentro de mim

Cachoeiras desaguando assim como quem só quer partir

Parte de mim, partiu

Mas inteira me tornei

Se terra e mar se completam

Traga ventos, outras marés...

Marés que goste de guaranás

Que fume apenas as brisas dos olhos

Que passei pelo parque, só para caminhar

Lembranças do que é e do que foi

Sede de jogo e de conhecimento

Obrigação – quer palavra mais dura?

Prefiro pisar em areias que movem o mundo

E que em um único segundo

Traga mar aonde eu ir...

Seja no asfalto urbano e penoso

ou nos afluentes dos rios

Não é compromisso que desejo

Gosto de banhar-me de todas as águas

E o mar aonde eu ir...