Meu Caos, Minha Paz
No silêncio da noite quente
As palavras embaralham a mente
Querendo fugir para o papel
Desanuviando a alma do amor e do fel.
Despejo todo o sonho e desilusão
Espinhos trocados, delírios, confusão
Desafogando o coração de tantas dores
Como na cumplicidade entre dois amores.
Do papel amarelo escorrem lágrimas sentidas
Jorram alegrias de tardes floridas
É ele o abrigo de tantas emoções
É ele o guardião de minhas canções.
O pensar já não existe fluente
A mão corre solta, rápida e demente
E pedaços de mim voam junto com a tinta
No quadro que se forma quando ela pinta.
E depois de tanto a alma lavrar
Depois de expor o sentimento a escapar...
Descanso.
E no próximo segundo, um novo despertar
E a mão volta a trabalhar
Na ânsia de escrever a loucura se faz
E no mistério desse caos, encontro minha paz.