PRATEADA ILUSÃO

PRATEADA ILUSÃO

Não vou mais te esperar

Não, não pode ser

Nem foi e nunca será

Não, a espera foi doída

Eu me resguardei desvalida

Entre a janela e a porta do quarto

E me abracei pra não chorar

E por ti sozinha cantei

Todas as canções

Todas as recordações

Todo o tempo eu morri, morri

Todo o tempo eu vivi

Fiz um filme da cor dos corações

Coloquei você em cena, que problema...

Em todas as paredes imensos telões

E não pude mudar

A estória foi tão curta tão curta...

Se fosse uma estória tão imensa

Não poderia eu agüentar

Todo esse final tão banal

Cada vez que fui adiante

Fez-me quebrar como diamante, arrebentar

Tão gingante você ficou tão real

Naquela prateada ilusão

Tento te matar dentro de mim

Mas me faz toda sangrar em poema

Se você pudesse emendar

Todos os trincados que você fez

Dentro desse meu olhar de teorema

Teria seu lugar talvez mais uma vez

Não quero mais continuar

Pois não há nada que arda

A saudade não mais vai suportar

Esses cortes de dor e de amar

Seus desvãos, esses parenteses

Nesse obscuro cinema

Não posso te esperar

Nada mais há do que o começo

Dentro de mim mesma

E esse fim

Cíntia Thomé

'Where Do I Begin ?' (LOVE STORY)

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Cíntia Thomé
Enviado por Cíntia Thomé em 28/04/2010
Reeditado em 05/08/2012
Código do texto: T2224829
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