Poema quente pruma noite fria

Bebi de você sedento

E deixei pensamentos leves

Ecoarem pelo quarto vazio

Tudo era bom de mais pra ser verdade

Os poemas eram livres de mais

Copiaram tuas asas coloridas

E fugiram do meu controle

Farfalhavam pelos cantos

Repetindo versos ao acaso

Dando forma ao teu gosto

Dando som ao teu suave toque

Acabaram por infestar a cama

De libertinagens corriqueiras

Daquelas mais bobas

De puxar o cabelo e morder o pescoço

Já desisti de ser o que queria

E nem por isso deixo de sorrir

Pois são tuas palavras cruas

Que embelezam meu caminho de volta

Faço o que bem quiser delas

Pois foram destinadas a mim

Balas perdidas perfurando carne

Deixando buracos ao alento

Basta então um sorriso teu

Para que a poesia me ordene

Um suicídio de versos vesgos

Prontos para pousarem em ti.

Unilson Mangini
Enviado por Unilson Mangini em 29/04/2010
Código do texto: T2226021