Essa coisa...
Essa coisa que aparece
Que entra que desenvolve
Que repentinamente cresce,
Que finca endurece e não se move.
Que dói, dilacera e transforma a gente
Num cão sem dono, num gato sem hotel.
Que invade o cotidiano e simplesmente
Revira tudo como num quarto de motel.
Essa coisa que transtorna
Que entra sem aviso prévio
Com isso ninguém se conforma,
Quando sua vida tão calma vire um inferno.
Essa coisa que voa desesperadamente,
Sem rumo cai e se aloja cá no coração
Fecha todas as portas da mente,
É uma loucura, é uma alucinação.
Essa coisa que entra no mar
Nada... Nada e desembarca afoitamente,
Na luz de um perplexo olhar
Que te fita por instantes tão lucidamente
E segundos após começa a te enlouquecer
através dessa coisa tão absurda que tira a razão,
Que é amor, que é luz, que é uma grande paixão.
Que te deixa viva e seguidamente te faz morrer!