Despeço-me de você, amor
 
Tal qual a um iceberg eu lhe sinto
Sozinho e distante resistindo ao meu calor.
Por que temes derreter-se em meus braços
Sob os meus doces e ardentes beijos?
Por que não flutuas nas salgadas águas
Do meu corpo, saboreando o melhor
Dos meus gostos?
Enquanto você se limita em seus desgostos
E suas raízes, num mar de solidão fincam,
Eu bato asas e vôo em busca de liberdade,
Em busca de vida.
 
Tal qual a uma rocha eu lhe sinto
Duro, imóvel, morto, sufocado por parasitas...
Enquanto você se fecha em dor
Eu vou-me em flor, abrir-me para o amor.
Enquanto você dormia para sonhar
Sem mesmo querer de nós recordar,
Eu acordava para viver os meus sonhos.
Não comporei este rochedo frígido,
Eu necessito de luz e, não sobriveveria
Sob a aspereza desta sua infinita tristeza.
 
Porém, eu tenho a nobreza
De desejar-lhe felicidades
E dizer-lhe que eu te amei
Como jamais amei alguém.
 
Marta Rodriguez
Enviado por Marta Rodriguez em 12/05/2010
Reeditado em 13/05/2010
Código do texto: T2253623