AMANHÃ...

Esta dor que carrego no peito

Me perguntam e não sabem o porquê

Os meus olhos cansados pairam a observar qualquer coisa

Dentro de mim palavras fogem, transpõem-se entre o tudo e o nada

Em meu rosto um gosto de sal

Em meu corpo, marcas da vida

Em meus pés um caminhar sem direção

Eu carrego o infinito em meus lábios

E o amor como dor que não cessa

Eu me perco nas relvas do campo

E me torno relva, terra e amanhãs

Às auroras escondo segredos

Às vezes sou vozes, sou silêncio, sou româs

E à noitinha quando me deito na areia

A lua cheia, toda granadina me enche os olhos

Então sorrio enquanto aprecio meu pleito estelar

Quando sorriem as suas marés...

Ah! Dentro de mim palavras fogem,

Tramitam entre o vago e o maravilhoso

Ao meio-dia ouviremos as doze badaladas do sino

E cansaremos de falar deste amor

O Sol quente, prados, campinas, risadas...

Hoje, a noite chora

À alvorada, na noite bela

Principalmente à meia-noite,

Quando curvam-se os girassóis

Quando tudo isso e o som que não chega...

Do infinito que carrego no corpo

Da tristeza que carrego na vida

Tão triste, tão bela, tão flor

Eu sei...

Levarei para sempre

Muitas lembranças que se amalgamam no tempo

Seguirei os meus passos sem rumo

No alvedrio claustro do vento

Que direi?

Não sou preso ao passado ou presente...

Sou autor de um novo amanhã...

jairomellis
Enviado por jairomellis em 29/05/2010
Reeditado em 30/05/2010
Código do texto: T2287513
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