"Rotina"

No ápice da ingenuidade

espera-se o brôto da malícia.

No limiar da insegurança

procura-se a fôrça.

No latejar doído, doido

do coração, ama-se.

Na insensatez desse momento

recordo o que

no orgulho do homem,

reprime-se.

No mergulho do mar para dentro do sol,

conhece-se.

No orgasmo da noite

adora-se.

No desespêro da despedida

agoniza-se.

Na busca de um teu olhar

eternizo-me.

Na busca do não-sofrer,

esqueço-me do desenho das palavras.

E sem métrica finalizo: sensibilidade