A dor de um nunca mais...

Um desalento vulgar e infindo,

Um adeus magnânimo à mentira.

Um ser maior que não ser.

Uma promessa vazia e vulgar.

Esta tão grande quão à promessa!

Indigna e fugaz...

Em qual inverdade aportei meu contentamento?

Em quantos anos planejei meu êxtase viver?

Quão o tamanho do cacife que apostei?

Fui vitima de um blefe maior

que minha ânsia vitoriosa!

Na verdade, fui idiota em crer

na sublime ação do tal amor!

Desfrutei um corpo amando

em busca da tal eternidade!

A pancada enigmática do desmazelo

desmantelou meus sonhos e anseios...

Acreditei, lutei e sonhei vencer...

Fui ao absurdo do nada venerando o tudo.

Achincalhamento premeditado e voraz.

Este meu pago pelo meu existir!

Lágrimas encharcam minha alma...

A dor, mártir das minhas desventuras

atenuam meu desespero infértil!

Um adeus vulgar e estereotipado pela indolência.

Porém! Refém do meu reexistir!

A dor só é dor, quando real!

Adeus, só é adeus com a partida!

Quantas tu és ó mulher insana,

Quanto histérica desarrazoada

trona-se ao próprio desleixo inócuo?

Quantos mais irão usufruir deste teu corpo,

ora sagrado pela sagração

do amor e da tal dignidade?

Até as putas dignificam-se por serem putas!

Adeus mentiras deslavadas e oblíquas,

Adeus encardidas promessas impromessíveis!

Adeus leviandade premeditada!

Vá ao seu reduto desfrutável de orgia tarada!

Múltiplos desejos incontidos

na preponderância do nada!

Sou idiota, sim!

Burro por ser amante e verídico!

Hoje menor, abrevio meu descontentamento.

Agracio minha sobriedade

segura de não ter errado!

Ofertei-lhe o melhor que nunca conheci!

Banhei-me de ilusões!

Abracei meu contentamento

relevante, ao indestrutível!

Hoje, o vazio irônico habita meus dias!

A dor onírica acalenta meu desassossego!

As palavras versadas preconizam meu pesar!

Partiste em busca do teu sempre!

No qual habita tua insanidade insensata!

Hás de contemplar o convalescer surdo!

Porém na carne, sentirás a vulgaridade!

A cada orgasmo a dor da inutilidade!

A cada aventura, protótipo

da tua eterna desventura!

Estás livre para teu propósito libertino!

Quantos hão de possuir-te em vão! Ou não?

Seja feliz réstia do desalento e do nada!

Minha dor suplantará minha dor!

Hoje só! Dignificarei meu existir!

Nunca foste digna do meu amar!

Amenizei tuas mentiras em prol

de uma felicidade mentirosa!

Apostei na abstração dos teus erros!

Fiz-te minha deusa e razão de viver!

Agora, sinto-me livre do peso

das tuas indignas mentiras!

Usaste-me ao cúmulo da tua hipocrisia!

Envolvi-me, desnorteei-me coisa que nunca fiz!

Acreditei, mesmo sabendo-me errado!

Desafiei a lógica da existência e do respeito interior!

Voce venceu! Seja feliz e adeus!

Ouça-me! Sinta-me! Chore-me, não pela morte!

Sim pelo renascer!

Infelizmente um dia te amei!

O Bruxo

Carlos Sant’ Anna

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 04/07/2010
Reeditado em 05/07/2010
Código do texto: T2358236
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