Migalhas
 
Há tantos miseráveis, acreditem.
Cujas mãos ansiosas aceitam
De bom grado o prato que rejeitas.
Não falo tão somente do corpo
Que o pão sustenta.
Falo das almas que
Sucumbem a mingua
De um consolo, uma palavra!
Um olhar sequer.
Falo do espírito que ansioso clama
Por Magia, sonho, encantamento.
Talvez, o teu orgulho ignore
Que um sorriso mesmo distraído
Pode encorajar o oprimido.
Quando o teu coração atende
Com doçura
Realizas num instante de ternura
A Mágica de Deus!
Procura dentro de ti mesmo
Um pouco de emoção.
Corajosamente
Como um anjo, talvez!
Estende a tua mão!
 
(Neli Silva)