Eu e tua mãe

Chegaste tão cedo. Tão cedo chegaste

E o mundo se coloriu em ondulações diversas

Teus olhos abertos. Abertos teus olhos

Toda inocência resumida em um ser tão pequeno

O choro contido. Contido, o choro

Tardava os gritos guardados na garganta

Vieste despido. Despido vieste

E, ao te verem, nossos olhos se encheram de lágrimas

Esperando na janela. Na janela esperando

O precioso momento de tocar tão valioso ser

Mãos pequenas. Pequenas mãos

Como a acenar, dizendo que tudo está bem

O momento precioso chegou. Chegou o precioso momento

De tocar tuas mãos pequenas e pés

E teus olhos brilhavam. E brilhavam teus olhos

E, em conseqüência disso, nossos olhos choravam

Pés pequenos. Pequenos pés

Balançando, como se a vida fosse uma festa

Orelhas pequenas. Pequenas orelhas

Ouvindo-nos dizer o quanto és especial

Chegaste tão lindo. Tão lindo chegaste

E nossas faces reluzentes ficaram

Sorriso tão meigo. Tão meigo sorriso

Conseguiste retirar dos nossos rostos quase exaustos

E cada vez que te olhar, muitas feridas serão fechadas

E cada vez que te tocar, o passado se tornará uma névoa

Eu e tua mãe, babando, enquanto dorme um sono profundo

Eu e tua mãe, protegendo-te, enquanto sonha com as fadas

O nosso futuro – você do nosso lado

O seu futuro – incerto, como a cor de teus olhos

Mas estaremos do teu lado, protegendo-te

Eu e tua mãe, duas almas unidas, com o filho no colo