A mulher e o poema a dois
A mulher e o poema a dois
Deitei com ela
Sei que fora precipitado
Mas não conseguia segurar
Seu corpo sempre me convidando...
Um belo corpo,
Seduzindo o movimento,
Tornando a beleza visível
Às memórias mais profundas...
À noite que não findava e nem nos deixava,
A cama de quem aclamava o corpo seu,
O espelho reflexo perplexo ao gozo nosso.
O prazer de ter estar consigo assim comigo.
Fecundando-nos de poesia
Encontrando assim
E não mais se tendo
A própria cria que se cria.
Como poderia deixar de amar?
O tempo sempre sendo o que somos. Cada instante
mais que o recomeço do restante,
pois deixa em nossas mãos a sua presença.
Serei sempre o poema
E você...
suas curvas macias
a água escorrendo
seu som, seu gemido
seu desejo contido
seu doce sentido.
Lorenzo