AS FACES DE EROS

“Não há pátria a quem ama.

Porque não posso separar o amor

do amante que se faz a pátria dele”

(Carlos Nejar)

quem ama não tem céu ou pátria

em nada se encaixa, enquadra

a não ser pertencer ao solo

colo ou casa da pessoa amada

o amor não obedece a castas

e só a liberdade lhe basta

estranho e ilógico o paradoxo

de ser ópio mas também ser asa

quem ama simplesmente salta

não mede a queda, nem faz cálculos

só sendo um bravo ou um lunático

para sem mapa se jogar na mata

o amor é tudo e ao mesmo tempo nada

despretensão mais pretensiosa que há

a emoção se faz chama que alaga

se alastra e pode até transbordar

quem ama já encontrou seu devido lugar

MARCELO MOURÃO
Enviado por MARCELO MOURÃO em 09/08/2010
Código do texto: T2426833
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