AS FACES DE EROS
“Não há pátria a quem ama.
Porque não posso separar o amor
do amante que se faz a pátria dele”
(Carlos Nejar)
quem ama não tem céu ou pátria
em nada se encaixa, enquadra
a não ser pertencer ao solo
colo ou casa da pessoa amada
o amor não obedece a castas
e só a liberdade lhe basta
estranho e ilógico o paradoxo
de ser ópio mas também ser asa
quem ama simplesmente salta
não mede a queda, nem faz cálculos
só sendo um bravo ou um lunático
para sem mapa se jogar na mata
o amor é tudo e ao mesmo tempo nada
despretensão mais pretensiosa que há
a emoção se faz chama que alaga
se alastra e pode até transbordar
quem ama já encontrou seu devido lugar