abismo

ás vezes sinto-te tão sozinha e perdida

como se procurasse algo mais longe do que o olhar alcança

uma espécie de dor de cabeça que nos vira a vida do avesso

como se nada mais importasse

a queda do abismo

o salto mortal para a vida

Viver

viver sem quezílias

com o amor que trazes no fundo dos olhos

o mergulho final

o salto

o desequilíbrio

posso cair

morrer

desfazer o corpo

ao encontro da libertação da alma

a vida

a anestesia do corpo que se desfaz num corpo diferente do teu

na sabedoria da outra margem do rio

ás vezes sinto-me como se nada importasse

o grito

o rasgo

a margem

encontro-me no fundo da agua afogada em mágoas que desapareceram,

pouco me importa….Pouco me importa

Joana Sousa Freitas
Enviado por Joana Sousa Freitas em 02/09/2010
Código do texto: T2475133
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