Calar

Às vezes me calo.

E daí este calar,

como se o punhal

se acomodasse

por entre minhas

carnes.

Às vezes me calo.

E sangro,

como se a dor,

por si só,

não fosse suficiente,

não tivesse sentido.

Às vezes me calo.

E o silêncio me veste,

como mortalha pesada.

E eterna.

21/03/10