SERENIDADES

Busquei-as diante de minhas inquietações.

Onde achá-las num mundo conturbado,

vivendo em atropêlos, confuso, com ódios,

onde os bons vivem acuados, prisioneiros,

limitados, perdendo liberdades, com medo?

Perguntei à brisa viajante que ia passando,

se nas peregrinações encontra cenários,

onde a paz reina suave sem turbulências,

com o amor prevalecendo nos corações,

e ela um pouco confusa até me segredou.

Busque as serenidades na natureza bonita,

ou num bosque onde os pássaros cantam,

pois ao ouvir seus cantos que até extasiam,

todos se calam como se fossem parceiros,

e aí eu passo para colher as serenidades.

Procure no velhinho que peregrinou na vida,

e com calos nas mãos criou os seus filhos,

vivendo agora só de lembranças tão ternas,

mesmo que esteja com marcas da idade,

é sereno pois cumpriu os seus deveres de pai.

Na mãe que dá de amamentar os seus filhos,

mesmo que viva em constantes sobressaltos,

no encerrar das estafantes tarefas do dia,

tem serenidades ao contemplá-los dormindo,

e só vai descansar após vê-los tranquilos.

Nos que amam sem as cronologias das idades,

pois para o amor não existem terminologias,

as serenidades encontram refúgios seguros,

ao contemplarem o pôr do sól tão fulgurante,

e depois à lua confidenciarem seus segredos.

Assim refeito de todas minhas inquietações,

vi com alegria que ainda restam os sorrisos,

ao observar embevecido uma criancinha feliz,

solta para colher uma flor que se ofereceu,

e com serenidade entregou à mamãe que sorriu.

25-09-10