Poeta Maldito

Vida! Vida, que a ti tanto repugno

Morte! Oh morte que a vos tanto ansiava

Enfermiças palavras eu regurgito

Em versos dolentes da era medonha passada?

Pobres ricos com fatuidade que tanto estraga.

A tristeza que impera, Dum momento? Ah eu minto...

A alegria dissipada, há esperança? Ah eu acredito...

Opacos sentimentos à amostra, é amor que exala!

Na vespertina eu escrevo a ingratidão

No cair da noite choro por um Mundo sepulcro

Quão grande é meu amor senhora. Ó podridão!

Púrpura de sangue do indulgente. Ó imundo!

Amo-te cada vez mais, minha amada musa

Não importa a elegia, nem mesmo o pasmar

Escrevo com a alma, com a realidade dura

Escrevo com o coração, por te amar.

O pavoroso sempre volta, não importa o dia

A realidade é sempre a mesma, vida esmaecida

Sua face nunca esqueço, ó traços perfeitos

Seu sorriso áureo, ó lindo, sempre "momentos"

Porque te odeio tanto? Meu Mundo horrendo

Porque te amo ainda mais? Minha divindade clara

Veja, mais um que sucumbiu na existência, Num morrendo?

Deturpa uma noite que o óbvio já dizia, brada!

Ó leitor ignaro, não leia o desgosto

Viva de amor, não do sobreposto

Um poema composto por palavras desgraçadas

Escrito por um poeta triste, que almeja o nada

Acreditas em mim, por favor... Quando digo a verdade

Eu te amo! Mesmo com essa podre gentil realidade

Versos medonhos que machuca a olhos nus

Dum poeta que sangra a cada dia, e exala o próprio pus

O poeta escreve a esperança

O poeta compõe sentimento

O poeta grita o ódio

O poeta maldito te ama!

Stacarca
Enviado por Stacarca em 29/09/2006
Código do texto: T252008