Águas perigosas
Estou navegando em barco de veludo
Sobre as águas sombrias
Que deveras guardam estilhaços de corações!
O vento sopra leve
E essa calmaria, às vezes, traz angústia!
Nesse horizonte nunca antes visto
Avista-se, ao longe, a terra dita firme.
Seu repouso confunde os meus sentidos!
Oh terra firme!
Repleta de razões e desilusões
Feita pela dor da mais cruel realidade,
Não me entregarei a ti novamente!
Tenho este mar e este barco
Estou a navegar em perigosas frotas!
Porque achas tu que me entregarei a essa lástima?
Sei o mal que corro
Percorrendo caminhos tão distintos,
Tão espinhosos!
Mas se for pra morrer
Que seja de amores!
E não pela dor da alma ferida
Depois de uma vida sofrida
Em sua preciosa terra!