"Eu pensava assim"

Evaldo da Veiga


Que a minha Rua era a mais bela do mundo
Durante muito tempo eu nunca conheci outra Rua
Na minha vivi os meus seis aninhos de sonhos
Não tinha asfalto, era chão
Mas também não tinha poeira subindo
Porque raramente passava automóvel
E as carroças eram lentas, não levantavam poeira
À noite um lampião de querosene
Mas com vidro belga, projetava um lindo clarão
Brincadeira de roda, cantigas, muita alegria
E o sorriso da Lairzinha que me sorria vigiando
Nossa posição na Roda foi sempre à mesma
De mãos dadas um ao lado do outro
Éramos felizes porque gostávamos do que tínhamos
Gostávamos a tal ponto, que sequer
Pensávamos em querer além
O mundo éramos nós dois, nem mais nem menos
E nos víamos ao acordar, e ao longo de todo o dia.
Assim era a nossa vida que se foi.

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