PORTO

Não me importa teu nome

nem a cor da terra

que trazes sob teus pés

Não me importa em ti

os vestígios de antigos amores,

o cheiro das noites em claro

que ainda exalas teu corpo

Não me importa tua crença,

teus ritos e mitos,

os sonhos que deixastes intactos

às margens dum outro alguém

Não me importam os rios

que saciaram tua sede

ou a suculência das maçãs

que apaziguaram tua fome

Não me importam os caminhos

que a trouxeram até aqui ;

quais pedras e flores te conduziram

Saibas que a mim, meu amor,

nada mais importa

a não ser estes,

que hoje somos,

e aqueles, que um dia seremos

Inda sabendo que assim, sempre fomos

o tempo inteiro

Marcelo Roque
Enviado por Marcelo Roque em 19/10/2010
Reeditado em 23/08/2011
Código do texto: T2566597