CRISTAL

Tua alma é clara como o vento,

E tu a expões a mim sem medo,

Surpreendendo-me em meus pensamentos.

Ainda não acordei por completo,

Sinto-me adormecida.

Entregaste-me algo precioso:

Um puro sentimento,

Como uma taça de fino cristal.

Minhas mãos não têm a destreza

Suave com o coração

Como o são com um instrumento musical.

Se porventura eu machucá-lo

Me sentirei como um chacal.

Onde está o meu amigo?

Uma pessoa que me incentiva

A ser o que quero ser,

Enxergando em mim qualidades

Que nem eu mesma sabia ter.

Onde está o meu amigo?

Não quero que te vás,

Deixando em teu lugar

O garoto apaixonado.

Quero que em mim encontres

Um ser igual a ti,

Quero que sejas meu amigo.

É assim que eu o vejo

E não quero deixar de ver.

Talvez eu não saiba expressar

Da melhor forma indicada

O que quero te explicar.

Quero apenas a compreensão

E que tenhas a visão

Que és e sempre serás meu amigo

Mesmo que lutes comigo

Ou tentes me conquistar.

Viu? Eu não tenho jeito...

Se as pessoas fossem

Como as teclas de um piano,

Seria mais fácil tocá-las

De leve para não machucá-las.

Agora eu corro o risco

De perdê-lo como amigo.

Mas não vou desistir da amizade

Onde vejo que há tanta verdade.

Teu carinho é como o ouro

Adornado de finas jóias,

E o aceito agradecida.

Mas não posso correspondê-lo de todo.

Se meu coração me pertencesse...

Talvez nem eu mesma sofresse.

Não te causaria mal,

Não quebraria a taça de cristal

Que tenho em minhas mãos

Sem saber o que fazer.

Se meu coração me pertencesse...

Débora Falcão
Enviado por Débora Falcão em 22/10/2010
Código do texto: T2571450
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