Pés descalços

Põe os chinelos meu bem, talvez há vidros na rua,

Ou quem sabe outra coisa que te machuca,

Qualquer coisa que te corte seus pés agora,

E te sangre inevitavelmente a sua sola,

Ou então fique por aqui mesmo,

Quero ler dos seus chinelos os caminhos andados todos os seus segredos.

De repente em casa um assunto na sala,

Eu quero que fique, trajando saia,

Não saia, deixa de lado sua mala,

Devolva ao armário as roupas e aos poucos as coisas você guarda,

Quero você sem coisa nenhuma,

Nem maquiagem ou perfume, que adultere a presença sua,

Estacione os chinelos na beira da cama,

Não há porque sair se em mim você encontra o calor que te aquece e te inflama.

Me clama desesperada em meio aos lençóis,

Se abraça ao meu corpo como quem ata e desata vários nós,

No seu sentimento abafado, incontido, e um tanto calado,

Li em seus pés todo amor que caminhaste na minha cama com seus pés descalços.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 23/10/2010
Código do texto: T2573151
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