Sois sóis

Quantos sóis sois vós,

A dilatar os nós

Do meu avesso?

Desço ao epicentro do prazer

E vejo o tu se esconder

Sob o brilho multifocal

Que, de vós, emana sem igual.

Vós, pois,

Resplandeceis nosso depois,

Como se da luz fostes autora.

Ao redor da vossa aurora,

Gravito sem antes

Sem sentido

Simplesmente atraído

Pela eternidade do instante.

O translúcido suor que passeia

Pelo vosso púbis em chamas,

Chama-me ao deleite novamente.

Hiante, atiro-me à ceia

E ardo-me em vosso seio

Incandescente.

Ante a vossa tez,

Míngua-se a lua,

Que não mais se insinua

Ou clareia os porquês.

Admite-se opaca simplesmente

E, do céu, mantém-se ausente.