VEM
Vem! Encosta tua cabeça em meu peito
Aperta forte minha mão em tua mão
Ouve meu coração batendo sem jeito
Escuta em suas pancadas a tua canção
Sente todo o calor que de mim irradia
Nesta febre de te amar cada vez mais
Lê no balbuciar dos meus lábios a agonia
Do medo de te perder e não te achar jamais
Sente o tremor do meu corpo em desalinho
No ritmo da marcha fúnebre cadenciado
Cheira o meu hálito forte desse vinho
Que de ti bebi até ficar embriagado
Prova do meu suor o sabor salgado
Desse teu sal que me temperou a vida
Bebe das minhas lágrimas de desesperado
Pelo precoce sofrimento da eterna despedida
Estende teus pés, para que em minha mão
Com pura água eu os lave e beije com carinho
És aquela que eu amo com verdadeira paixão
Desde o dia em que cruzaste o meu caminho
Bauru, 2000
(tirada do fundo do baú)