ETERNO AMOR...

Eterno amor...

Doce manhã de primavera dos campos cheios de cores,

Do resplandecente céu azul e belos pássaros cantores,

Doce manhã do amado sol, da descanso a mãe lua,

E aquece o mar, que banha formosa imagem da mulher nua,

Doce a brisa que me toca a face, á mando da natureza,

E a relva que cobre o chão também tem intensa beleza,

Doce a quebrada do mar na areia, a fazer melodia,

Doce também é teu abraço, que me da alegria,

E quantas coisas tão doces ainda posso cantar,

Enquanto sentado na rocha deslumbro o mundo te esperando chegar,

E vejo-te serenamente despontar ao horizonte,

Ainda timidamente, meio que por de traz de um verde monte,

Mas ao ver-te vibra em meu peito o coração,

E com a mais freqüente batida aos meus ouvidos faz bela canção,

E rapidamente peço licença, e ponho-me a colher lindas flores,

Faço pra ti um ramalhete tão perfumado e tão cheio de cores,

Guardo por de traz de uma pedra, afim de te surpreender,

E em minha lapela, um botão de rosa não posso deixar de prender,

E agora de pé, e coberto por meus humildes panos,

Espero-te, e espero-te, e espero-te pelo passar de vários anos,

Eis que possa ter se perdido a deslumbrar o caminho,

Possa também ser que um poeta deve passar sua vida sozinho,

Mas seja bem como for não te deixarei de esperar,

Pois sei que um dia com toda tua alvura ao meu lado há de estar,

E por ser assim sinto-me forte,

Mesmo que por tantas vezes em lagrimas tenha perdido o norte,

Sempre soube que um dia iria chegar,

E para minha surpresa, após décadas chegou ao cair do luar,

E pela primeira vez olhei em teus olhos,

Entreguei-te as flores que tinha em amarradas em molhos,

Toquei em teu rosto que passei o tempo a imaginar,

Era perfeito, de traçado sublime, e maciez que não sei explicar,

E então sua imagem fez-se idem, á que por tempos sonhei,

E por um abraço sem embaraço, por toda noite te amei e amei...,

Pareço ter chegado ao fim, mas considero o inicio somente,

De um poema de amor, puro e talvez eloqüente,

E se me findo aqui neste verso,

A ti meu amor, ofereço o universo,

Para que pelas doces manhãs, das quatro estações,

De mãos dadas sintamos pulsar ritmados nossos dois corações, TTx