Em busca de um soneto ( 2 )


Ainda quero um amor de verdade


Ainda quero um amor de verdade
Que não seja como o fogo que arde
Na lareira crepitante de nossa sala
Como a dizer que o sentimento já se resvala

Pelo caminho estreito da consumição.
Mais do que um desejo que me invade o peito,
A crença no amor é minha rendição,
É minha maneira de ser, como me aceito.

Não quero o espoucar ardiloso da paixão
A roubar-me o sono e solapar meu chão
A deixar-me o rosto contrafeito.

Ainda e sempre acredito na ilusão
De uma amorosidade linda e calma
Capaz de me fazer sorrir e acalentar minh’alma.