DESFALECIDA DE AMOR
Hoje o palco da minha vida está triste.
Não há platéia, aplausos... Não há nada
A cortina se fechou e o ato se desfez
No camarim da existência
Apenas eu, a única atriz,
Triste e solitária.
Entre truques de maquiagens.
Procuro disfarçar meu olhar triste.
O último ato do teatro da minha vida,
Foi ilusão, desilusão, solidão.
Despida de sonhos
Fui realidade fria e absoluta.
O encanto de outrora se perdeu.
A felicidade
Deu lugar a indiferença.
Meu olhar, então,
Se fez pranto de amor.
Inconsolável
Procurei o aconchego
Em corpos
Que jamais
Me deram calor.
Procurei sabor
Em beijos insípidos.
Loucura...
Tortura sem fim.
Mesmo em teu abraço
Sinto a distância.
Mesmo em teu amor
Sinto a inconstância me revirar.
Tudo em mim está dilacerado
Perdido...Sofrido.
Tudo está machucado...
Quase sem vida.
A inspiração dos versos tão belos.
Hoje é vazio e solidão
A poesia se calou.
A música perdeu a canção.
A lembrança
Deu lugar ao sofrer.
Olho meu rosto no espelho
Vejo traços tristes de angústia.
Vejo meu olhar cheio de lágrimas,
Opaco, tristonho...
Meu peito em dor
Sofre o suplicio do amor sem razão
Sem explicação.
Em meus pensamentos
Apenas tua saudade vem em silêncio
Meu coração atormentado
Grita insistente pelo teu nome
Não consigo te esquecer.
Minha poesia é saudade...
A música ficou fúnebre,
Fundo musical do meu sofrer.
Atordoada pela tua ausência,
Nada consigo fazer.
Nem mesmo encenar, imaginar...
Tua volta.
A tristeza me consome...
Meu corpo está frio
Acho que estou morrendo
E no camarim esquecida...
Apenas um corpo desfalecido
De amor.