Olhos Navegantes

Lembranças ficaram por toda parte

Nas ruas, nas canções que ouvíamos

Alguns pertences esquecidos em gavetas

Quase vazias...

Mas nenhuma é tão cruel

Como as que ficaram gravadas em mim

Nas mãos que te buscam

No travesseiro frio.

Nos olhos

Que perderam o brilho

E se tornaram rios.

E a penumbra das horas

Me trás imagens nossas

Que embora fantasias

Me devolvem o riso...

E meus olhos navegam

Num mar de desvarios.

(Sirlei L. Passolongo)