Dependência de você
 
Hoje pincelei seu nome na parede do meu quarto,
perto do porta- retratos onde tenho lhe guardado.
Faz tanto tempo você se foi e como um mata borrão,
ficou encrostado por sobre o meu nome
e não mais me individualizei.
Minhas conquistas? Parei de perseguir, pois você
em cada seguimento de meu olhar distante, se faz constante.
Finalizei-me em seu percalço e procuro-lhe no abrigo,
nos espaços entre o presente frio e o passado tênue.
Seu nome pintado em esfumaçado de verde claro,
acomodou-se como uma cortina adornando a parede clara.
O que foi feito do traço que contornava as curvas do seu nome...?
Ainda não quero saber perceber se letras, nome ou borrão!
Sei o que pressente a minha solidão e lhe observo na imaginação.
Eu ontem pincelei seu nome na outra parede do quarto.
Tentativa insana de levianamente lhe testar estar ao meu lado,
de alguma forma, por algum detalhe lhe encontrar,
rodeando-me as paredes, me observando os andares,
revivendo em mim a história sem fim,
de um amor maculado por mentiras, obstinação...
Imprudência e orgasmos.
 
Edna Fialho
 
 
edna fialho
Enviado por edna fialho em 15/12/2010
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T2673492
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.