Cuspe e giz
Emoldurada em tela preta, o branco de suas curvas surgem.
Como uma aparição que cambaleia até se firmar
Invadindo a imaginação e permeia minha visão cansada de lhe buscar.
Seria o frio do giz que não fala nada, apenas rabisca suas curvas precisas,
Preciosos contornos de percalços a divagar em meu querer de você?
Alma errante corpo pulsante no desejo do beijo do cheiro do corpo...
Meu desalento. Tormento estampado em ebulição numa cena presa à cama
Que se perde a lhe desenhar. Como testemunha do meu rabiscar a tela preta,
O giz esfarinha-se, como a epígrafe da alma dispersa que começa a transfigurar momentos...
O retrato que se faz presente em minha frente traz certezas e decepções.
São magias as minhas fantasias tocar cada pedacinho de você,
Reler seus lábios murmurantes e errantes no corpo meu.
A luz incide diáfana como o tule que encobre as curvas desejosas de um corpo diamante,
Transpus as estrelas que qualhavam o céu, para o firmamento dos meus olhos pidões...
Fiz-me reluzir, lhe atrair do negro ao cuspe do giz...
Assim, feliz lhe possui em meus sonhos e fiz amor em seus contornos,
Estornos da minha necessidade insana de viver em você e...
Convergir pensamentos que vão tirar-lhe de uma tela parada
Para a tela molhada do meu corpo nu, suado e enevoado de excitação... _Vem!
Edna Fialho
 
edna fialho
Enviado por edna fialho em 15/12/2010
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T2673553
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