Os opostos se atraem... (ou não...)

Ela é doce. Forte e decidida. Casou-se cedo, é graduanda e tem um filho.

Sofreu poucas vezes na vida. Poucas, mas o suficiente. Ainda é sorridente.

Caminha com autoridade, conhece todos os segredos da relutante felicidade.

Tem nome de artista. É qual estrela reluzente, qual aurora rumando seu trilho.

Ele, não sei muito. Trabalha árduo, é vaidoso, tem lindos olhos claros...

Além disso, e principalmente, é carinhoso. Gentil. Gentleman no amor...

Dança muito bem. Gosta de cerveja e sente muita cócega no pescoço...

A voz é firme, meio rouca. Disse-me: te buscarei onde necessário for.

Entendo do que outrora não tinha noção. E nem sei ainda como entendo.

Foi assim, numa noite calma de chuva, em carinhos confusos e poucos,

Que encontrei a paz estranha da alma em flor. A paz de consciência.

Alivio imenso à minha alma moribunda, que insistia em viver doendo...

E os opostos... Atraem-se ou não. Mas esse não é o ponto importante.

Pois a compatibilidade não é tão necessária e presente à atração...

Elas geralmente nunca se encontram. Então não sou moça-estrela,

Nem sou moço gentil. Sou mero poeta escondido em sonho abundante.

01.12.10

p.m

Camila Cabral
Enviado por Camila Cabral em 21/12/2010
Código do texto: T2685037
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.