Os opostos se atraem... (ou não...)
Ela é doce. Forte e decidida. Casou-se cedo, é graduanda e tem um filho.
Sofreu poucas vezes na vida. Poucas, mas o suficiente. Ainda é sorridente.
Caminha com autoridade, conhece todos os segredos da relutante felicidade.
Tem nome de artista. É qual estrela reluzente, qual aurora rumando seu trilho.
Ele, não sei muito. Trabalha árduo, é vaidoso, tem lindos olhos claros...
Além disso, e principalmente, é carinhoso. Gentil. Gentleman no amor...
Dança muito bem. Gosta de cerveja e sente muita cócega no pescoço...
A voz é firme, meio rouca. Disse-me: te buscarei onde necessário for.
Entendo do que outrora não tinha noção. E nem sei ainda como entendo.
Foi assim, numa noite calma de chuva, em carinhos confusos e poucos,
Que encontrei a paz estranha da alma em flor. A paz de consciência.
Alivio imenso à minha alma moribunda, que insistia em viver doendo...
E os opostos... Atraem-se ou não. Mas esse não é o ponto importante.
Pois a compatibilidade não é tão necessária e presente à atração...
Elas geralmente nunca se encontram. Então não sou moça-estrela,
Nem sou moço gentil. Sou mero poeta escondido em sonho abundante.
01.12.10
p.m