luto

Temos medo de perder o amor.

E se o amor se for?

O que restará?

Ficarei sem ânimo, descolorindo meus sonhos?

Tísico?

Direi que não dará certo os sonhos dos outros?

E se o amor se for?

O que será de mim?

Perderei a fé?

Ficarei dizendo adeus à estradas infinitas?

Perdi ou ganhei?

Imóvel enrijeceria os músculos da minha face,

Incapaz de um sorriso flerteiro,

Incapaz de ser inteiro,

Estéril como uma ama seca?

Como uma ameixa,

Diminuindo, diminuindo, diminuindo...

Até que eu fosse apenas uma ameixa seca,

Sem caldo, sem viço, sem vida?

Se o amor se for serei isto?

Deixa de ser louco, o amor não é essa coisa feia, essa coisa ingrata.

Eu não tenho medo do amor o amor é aquilo que procuro, é o meu recheio.

Se ele se for, da flor o que se guarda?

A imagem. A beleza. O perfume.

O bailado de si livre ao vento.

Um sabor de tê-la e não tê-la.

Um olhar secreto por ela.

Ainda que essa flor murche e caia suas pétalas,

Ou que um poeta a colha.

A semente sempre fica.

Que será outra bela flor.

Que fará as mesmas coisas de flor.

Que será sempre livre e sempre minha.

Sérgio Caldeira
Enviado por Sérgio Caldeira em 27/12/2010
Reeditado em 09/10/2016
Código do texto: T2694088
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